Em 2010, o Programa Brasileiro do Design – PBD – completou quinze anos de trabalho em torno do desenvolvimento e da industrialização do design nacional, não só no país mas também em território internacional. O Programa é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, cujo principal objetivo é a valorização de mercado do design através de gestão e inserção da área nos setores produtivos nacionais.
O que poucos sabem é que a logo do PBD foi escolhida por meio de um concurso nacional, em 1996, e o então recém-formado designer Marcelo Rocha foi o ganhador pela logomarca criada. Em entrevista ao DesignBrasil, o designer relembra como foi a criação e a participação no concurso, e a coordenadora do PBD, Fernanda Messias, fala sobre a trajetória e as mudanças na atuação do Programa ao longo de sua existência.
DB – O que te motivou a participar do concurso e como foi a criação da logo vencedora e de seu conceito?
Marcelo Rocha – O tema do concurso por si só já despertava o interesse de qualquer designer. Ter a possibilidade de assinar a identidade visual do Programa Brasileiro do Design era um desafio e tanto, ainda mais porque se tratava de um concurso nacional. O estudo partiu das iniciais do nome do programa: PBD. O trabalho com as letras em caixa alta e baixa evoluiu até que me concentrei apenas no "D". A simplicidade da solução encontrada, associando a letra "D" com elementos da bandeira, me convenceu de que tinha encontrado um bom caminho. Até hoje gosto do resultado encontrado para o símbolo do programa – simples e forte.
Logo criada por Marcelo Rocha, ganhadora do concurso em 1996: “simples e forte”.
Ter ganhado o concurso trouxe muita motivação para a minha vida profissional. Como tinha apenas cinco anos de formado, o concurso ajudou a dar peso ao portfólio, e o prêmio em dinheiro era mais do que bem-vindo para quem estava começando.
Folheto Concurso
Folheto de divulgação do concurso para criação da logo
DB – Qual a sua relação com o Programa Brasileiro do Design hoje?
Marcelo Rocha – Acho fantástico que o PBD esteja completando 15 anos. Acompanho as iniciativas do programa através do portal DesignBrasil e nos eventos que participo. A atuação do programa é cada vez mais importante e estratégica no sentido de aproximar o design do setor produtivo. Um exemplo disso é a Bienal Brasileira de Design, que conta com a participação do PBD e que caminha com sucesso para a sua quarta edição.
DB – Depois de 15 anos de existência, qual é a principal atuação do Programa Brasileiro do Design hoje?
Fernanda Messias – Vivemos em outro patamar do design brasileiro. Hoje, depois de 15 anos de atividades, pode-se considerar que as ações de promoção alcançaram seus objetivos. O número de escolas e cursos aumentou significativamente; a Bienal Brasileira de Design, com três edições ininterruptas (2006, 2008 e 2010), já é um evento consolidado, com sua sede definida para 2012; o crescente número de empresas que adotam o design como ferramenta estratégica; muitas conquistas de prêmios internacionais e a recente organização e articulação do setor, com centenas de escritórios e associações profissionais organizadas; e o reconhecimento do design como setor da Cultura Criativa. Os eventos de design estão na agenda do dia e o tema é familiar para toda a sociedade. Esse cenário nos proporciona planejar em longo prazo, observando as tendências de desenvolvimento e as oportunidades que se descortinam. O PBD, no momento, estuda e constrói com os parceiros um novo posicionamento na busca das prioridades para o país, alinhando expectativas mais de acordo com esta nova realidade e as diversas possibilidades de ação.
DB – De que forma os profissionais e estudantes de design podem entrar em contato na prática com as ações do PBD? Qual a importância deste contato?
Fernanda Messias – O relacionamento se dá por meio das associações. O Programa existe para promover o desenvolvimento do design no país, para alavancar a competitividade brasileira pelo maior valor agregado possível pelo uso do design em produtos, processos e serviços. Quem faz design no Brasil é beneficiado pelas ações do programa, tais como a Rede DesignBrasil, que concentra e dissemina informações da área, a Bienal Brasileira de Design, que promove o melhor da produção nacional no período, e a participação em premiações internacionais de grande relevância, que busca o reconhecimento do design brasileiro e do Brasil como país com bom design. As coletâneas de contribuições feitas pela Rede DesignBrasil são o canal que mais tem funcionado para contato.
Para saber mais sobre o Programa Brasileiro do Design: http://www.designbrasil.org.br/designemacao/pbd
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