5 de jan. de 2011

Artigo : Christian Ullmann

Christian Ullmann

Especialista em design sustentável - Designer de produto, especialista em desenvolvimento de produtos com a utilização de recursos naturais, reciclados e produção semi-industrial. Consultor para empresas, instituições e governo. Recebeu prêmios na Itália, no Brasil e na Argentina com móveis residenciais, de escritório e objetos. Pesquisador do Núcleo de Design & Sustentabilidade da UFPR. Editor colaborador da coluna de sustentabildiade da Revista ABCDesign, da Rede Latinoamericana de Design e do Portal Design Brasil. Membro fundador da Rede Latinoamericana de Design Sustentável - Red Alebrije.


Guia para Inserção de Parâmetros Ambientais no Design de Móveis de Madeira



Durante a realização da edição 2009 do projeto Design & Natureza, nos procurou a designer e professora Kátia Pêgo, com a proposta de desenvolver uma pesquisa com os designers participantes do projeto. O interesse da Kátia era levantar as informações necessárias para o desenvolvimento de sua pesquisa de mestrado em EcoDesign, chamada “Inserção de Parâmetros Ambientais no Design de Produtos”, na UFMG.
O objetivo da pesquisa foi verificar quais e como são inseridos os parâmetros ambientais durante o desenvolvimento de produtos, assim como as principais dificuldades encontradas. O mais gratificante: a pesquisa foi realizada, os designers colaboraram com suas respostas e experiências, o mestrado finalizado e o conteúdo deste já pode ser consultado por todos os designers, estudantes e empresários interessados do setor moveleiro.
Um dos resultados do mestrado foi a publicação em formato de livro, no “Guia para Inserção de Parâmetros Ambientais no Design de Móveis de Madeira”, com prefácio do Prof. Dr. Dijon de Moraes, reitor da UEMG. A Kátia está de parabéns e nós designers temos mais uma publicação de consulta para nossas atividades.
Do livro podemos resumir: segundo Santos (2006), “A natureza dos problemas ambientais é parcialmente atribuída à complexidade dos processos industriais utilizados pelo homem, fazendo uso dos diversos recursos tecnológicos”. Essa constatação trouxe o reconhecimento da necessidade de mudanças na forma de exploração e utilização dos recursos naturais, assim como nas formas de produção, resultando no atual conceito de desenvolvimento visto sob o paradigma da sustentabilidade.
A Agenda 21 cita no capítulo intitulado “Mudança dos padrões de consumo”, que, para se atingir os objetivos de qualidade ambiental e desenvolvimento sustentável “[...] será necessário eficiência na produção [...] Em muitos casos, isso irá exigir uma reorientação dos atuais padrões de produção [...]”. Essa reorientação vem ocorrendo em diversos setores e áreas do conhecimento, dentre elas o design, por meio da abordagem do ecodesign, que busca o desenvolvimento de produtos com redução dos impactos ambientais durante todo o ciclo de vida.
Neste contexto, o Guia é uma iniciativa que visa a intensificar, ampliar e fomentar as possibilidades de redução dos impactos ambientais gerados no ciclo de vida dos móveis de madeira, ou seja, desde a sua produção e uso, até sua disposição final. Para tanto, apresenta parâmetros ambientais voltados para o setor, sugestões de modos de inserção de tais parâmetros no design de móveis de madeira e uma proposta de inserção frente à metodologia básica de desenvolvimento de produtos.
E segundo comentários da Kátia:
“O objetivo deste material é oferecer uma ferramenta de ecodesign de fácil leitura, aplicação e consulta aos designers. A expectativa é que este livro estimule designers a inserir parâmetros ambientais em seus projetos.”

Kátia Andréa Carvalhaes Pêgo

Possui mestrado em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010), especialização em Planejamento e Gestão Ambiental pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (1999) e graduação em Design Industrial pela Universidade do Estado de Minas Gerais (1996). Atualmente é professora na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) com atuação na graduação de Design de Produto, Pós-Graduação de Móveis e Pós-Graduação em Gestão do Design. É autora de livro sobre a inserção de parâmetros ambientais no design de móveis. Foi bolsista CAPES-Reuni (Curso de Design UFMG), participou de projetos de pesquisa financiados pelo CNPq, FAPEMIG, FINEP e MCT. Coordenou o Curso de Pós-Graduação em Design de Móveis da UEMG. Foi professora do curso técnico em design do SENAI. Atuou como consultora de design em indústrias de móveis, no SEBRAE/MG e em escritórios de design. Publicou artigos em congressos científicos de Design, Sustentabilidade e Tecnologia do Ambiente Construído. Desenvolveu mais de 40 produtos industriais, sendo quatro deles com pedido de depósito de Patente e Registro de Desenho Industrial no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), instituição esta que, até o momento, concedeu o Registro de Desenho Industrial de um dos produtos em outubro de 2008.
Maiores informações:
Kátia Pêgo
Email.
katiapego@gmail.com
Tel. (31) 9187-0940

Vídeos da Bienal Brasileira de Design 2010 Curitiba

Encerrado o período de exposições da Bienal Brasileira de Design 2010 Curitiba, a comunidade poderá conferir todas as palestras internacionais e nacionais, os painéis de discussão, as apresentações de cases de sucesso, visita guiada e depoimentos em vídeos registrados nos dias 15, 16 e 17 de setembro durante o Design Innovation Labs.
http://vimeo.com/bbd2010

Entrevista : Marcelo Rocha e Fernanda Messias

Marcelo Rocha e Fernanda Messias

Em 2010, o Programa Brasileiro do Design – PBD – completou quinze anos de trabalho em torno do desenvolvimento e da industrialização do design nacional, não só no país mas também em território internacional. O Programa é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, cujo principal objetivo é a valorização de mercado do design através de gestão e inserção da área nos setores produtivos nacionais.
O que poucos sabem é que a logo do PBD foi escolhida por meio de um concurso nacional, em 1996, e o então recém-formado designer Marcelo Rocha foi o ganhador pela logomarca criada. Em entrevista ao DesignBrasil, o designer relembra como foi a criação e a participação no concurso, e a coordenadora do PBD, Fernanda Messias, fala sobre a trajetória e as mudanças na atuação do Programa ao longo de sua existência.

DB – O que te motivou a participar do concurso e como foi a criação da logo vencedora e de seu conceito?
Marcelo Rocha – O tema do concurso por si só já despertava o interesse de qualquer designer. Ter a possibilidade de assinar a identidade visual do Programa Brasileiro do Design era um desafio e tanto, ainda mais porque se tratava de um concurso nacional. O estudo partiu das iniciais do nome do programa: PBD. O trabalho com as letras em caixa alta e baixa evoluiu até que me concentrei apenas no "D". A simplicidade da solução encontrada, associando a letra "D" com elementos da bandeira, me convenceu de que tinha encontrado um bom caminho. Até hoje gosto do resultado encontrado para o símbolo do programa – simples e forte.


Logo criada por Marcelo Rocha, ganhadora do concurso em 1996: “simples e forte”.

DB – De que forma ganhar este concurso interferiu em sua vida profissional?
Ter ganhado o concurso trouxe muita motivação para a minha vida profissional. Como tinha apenas cinco anos de formado, o concurso ajudou a dar peso ao portfólio, e o prêmio em dinheiro era mais do que bem-vindo para quem estava começando.
Folheto Concurso





Folheto de divulgação do concurso para criação da logo
DB – Qual a sua relação com o Programa Brasileiro do Design hoje?
Marcelo Rocha – Acho fantástico que o PBD esteja completando 15 anos. Acompanho as iniciativas do programa através do portal DesignBrasil e nos eventos que participo. A atuação do programa é cada vez mais importante e estratégica no sentido de aproximar o design do setor produtivo. Um exemplo disso é a Bienal Brasileira de Design, que conta com a participação do PBD e que caminha com sucesso para a sua quarta edição.

DB – Depois de 15 anos de existência, qual é a principal atuação do Programa Brasileiro do Design hoje?
Fernanda Messias – Vivemos em outro patamar do design brasileiro. Hoje, depois de 15 anos de atividades, pode-se considerar que as ações de promoção alcançaram seus objetivos. O número de escolas e cursos aumentou significativamente; a Bienal Brasileira de Design, com três edições ininterruptas (2006, 2008 e 2010), já é um evento consolidado, com sua sede definida para 2012; o crescente número de empresas que adotam o design como ferramenta estratégica; muitas conquistas de prêmios internacionais e a recente organização e articulação do setor, com centenas de escritórios e associações profissionais organizadas; e o reconhecimento do design como setor da Cultura Criativa. Os eventos de design estão na agenda do dia e o tema é familiar para toda a sociedade. Esse cenário nos proporciona planejar em longo prazo, observando as tendências de desenvolvimento e as oportunidades que se descortinam. O PBD, no momento, estuda e constrói com os parceiros um novo posicionamento na busca das prioridades para o país, alinhando expectativas mais de acordo com esta nova realidade e as diversas possibilidades de ação.

DB – De que forma os profissionais e estudantes de design podem entrar em contato na prática com as ações do PBD? Qual a importância deste contato?
Fernanda Messias – O relacionamento se dá por meio das associações. O Programa existe para promover o desenvolvimento do design no país, para alavancar a competitividade brasileira pelo maior valor agregado possível pelo uso do design em produtos, processos e serviços. Quem faz design no Brasil é beneficiado pelas ações do programa, tais como a Rede DesignBrasil, que concentra e dissemina informações da área, a Bienal Brasileira de Design, que promove o melhor da produção nacional no período, e a participação em premiações internacionais de grande relevância, que busca o reconhecimento do design brasileiro e do Brasil como país com bom design. As coletâneas de contribuições feitas pela Rede DesignBrasil são o canal que mais tem funcionado para contato.

Para saber mais sobre o Programa Brasileiro do Design: http://www.designbrasil.org.br/designemacao/pbd

Esculturas Urbanas

Em uma iniciativa da Tetra Park, está aberto o edital Esculturas Urbanas, com o objetivo de estimular uma reflexão em torno da sustentabilidade e responsabilidade social nos contextos urbanos. O projeto, de abrangência nacional, é voltado para estudantes de graduação ou pós-graduação em artes plásticas e visuais, arquitetura, e design gráfico e insutrial. O edital fomentará a criação de 15 esculturas ou obras tridimensionais desenvolidas a partir de materiais de reciclagem de embalagens Longa Vida da Tetra Park. Uma comissão selecionadora vai escolher os 15 projetos a serem executados em São Paulo e expostos na Praça Victor Civita entre julho e setembro de 2011. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 31 de março através do site www.esculturasurbanas.com.br.

Eleito por voto popular o Produto-Destaque da Bienal de Design 2010

Durante 30 dias as peças expostas durante a Bienal Brasileira de Design 2010 Curitiba puderam ser eleitas como Destaque Design 2010. O público pôde escolher seu produto favorito através do voto popular. Dos 253 produtos expostos, 181 produtos foram votados. Os 608 votos vieram de 14 estados brasileiros e países como Holanda e Uruguai. Cada visitante pode votar em apenas um dos produtos apresentados por núcleo na exposição principal Design, Inovação e Sustentabilidade.

Distribuição dos votos por estado brasileiro:



Os três produtos mais votados foram:
1º. Lugar: TRÍVIA Com 3,6% dos votos contabilizados. Design: Mais Infinito (Felipe Degasperi Aranega, Felipe Andretta Costacurta e Sergio Tadeu de Almeida), Curitiba, PR


É um triciclo híbrido, movido a força humana, com opção de uso do motor elétrico. Aproximadamente 85% do veículo usa matérias-primas recicladas.

2º. Lugar: BERÇO ESPLÊNDIDO Com 3,4% dos votos contabilizados. Design: Bolaoito/ Paulo Pelá, Rio de Janeiro, RJ Produção: Polionda, São José dos Pinhais, PR


O berço portátil e desmontável foi concebido para abrigo de recém-nascidos até os nove meses de idade em situações de emergência. Após seu lançamento, conseguiu outro nicho de mercado: o de segundo berço para pequenos deslocamentos dos bebês, seja para a casa dos avós, a casa de praia ou o escritório dos pais.

3º. Lugar: TWIN Com 2,9% dos votos contabilizados. Design: Ana Lúcia de Lima Pontes Orlovitz e Luiz Moquiuti Morales, São Paulo, SP Produção: Duratex Deca, São Paulo, SP



Uma só torneira serve água filtrada e água comum. Os usos são acionados mediante um simples deslocamento da alavanca para um ou outro lado, num produto extremamente compacto. O produto incentiva as pessoas a tratar a água da torneira em vez de comprar água mineral, recurso mais escasso que a água em geral.

Priscila Lopes - Rhinoceros